Autor

Jorge Faustino

Data: 31/12/2020

Pouco futebol…

Seis dos oito jogos com mais faltas na Europa aconteceram na Liga NOS. Esta notícia, amplamente divulgada nos últimos dias, confirma algo que muitos queixam: há em Portugal muitas faltas, muitas paragens e, por isso, pouco jogo jogado. Até aqui, constatamos o óbvio.

Curioso foi o facto de algumas destas notícias referirem que os “árbitros portugueses apitam muitas faltas”. Esta afirmação que já não é tão óbvia nem tão verdadeira. Para o ser, deveria dizer-se que “apitam muitas faltas em Portugal”. Isto porque quando esses mesmos árbitros dirigem jogos no estrangeiro não apitam tantas faltas e não mostram tantos cartões.

No mesmo sentido, também os jogadores que vão para outras ligas, mudam a sua atitude tornando-se menos faltosos, menos quezilentos e mais respeitadores do jogo. Com treinadores, e até dirigentes, a realidade é semelhante: o seu comportamento lá fora é, normalmente, mais focado na proteção da qualidade do futebol jogado.

Portanto, se todos conseguem fazer “melhor” lá fora, também o podem conseguir cá dentro. Com uma mudança coletiva de comportamentos, ao alcance de todos como já vimos, poderemos ter um melhor futebol.

Mas atenção caro adepto (e desta podem-me acusar de corporativismo) enquanto continuarmos a achar que o “criminoso” é o árbitro que marca erradamente um penálti e não o jogador que o consegue enganar… isto não vai melhorar.

Fonte: Record