Fora dos jogos dos ditos grandes, a polémica da jornada centrou-se na anulação, por fora de jogo, de um golo ao Farense já perto do final do encontro. Esta surge porque as imagens, sujeitas a erro de paralaxe*, suscitam muitas dúvidas quanto ao acerto da decisão.
Vamos por partes: a decisão em campo, que deve prevalecer a não ser que haja prova de erro claro e óbvio, foi assinalar fora de jogo. Portanto, não foi o VAR que anulou; este apenas confirmou a decisão do árbitro assistente.
Quanto às dúvidas sobre as linhas, e sem rodeios: a tecnologia depende de intervenção humana em vários momentos. Antes e em alguns momentos durante o jogo, é necessário mapear/marcar o campo no equipamento do VAR. Logo aí, é sempre possível que haja uma pequena margem de erro.
Depois, em cada lance de fora de jogo revisto, é preciso parar a imagem no frame certo (momento do passe) e identificar/marcar os pontos mais adiantados no corpo do atacante e do penúltimo defensor. Também neste processo há alguma margem para erro. É depois disto que a tecnologia “desenha” as linhas e nos dá os centímetros. Em lances com curta margem, este último processo deve ser repetido duas, três ou mais vezes. Mesmo que demore 5 minutos.
Portanto… o golo foi anulado pela avaliação do árbitro assistente e, depois, pela confirmação do VAR. Pode haver erro? Pode. É muito provável que a decisão tenha sido acertada? É.
*Paralaxe: é a aparente mudança na posição de um objeto quando observado de ângulos diferentes.