A tecnologia falhou e o VAR, consequentemente, falhou ao confiar cegamente nessa tecnologia. Falo de um golo erradamente anulado ao Braga e que inclusivamente motivou (bem) um esclarecimento público por parte do CA da FPF.
A lance é fácil de explicar: Ricardo Horta surgiu isolado e marcou golo. O árbitro assistente validou, considerando que o jogador do Braga partiu da posição legal e, depois, o VAR alterou a decisão, anulou o golo por fora de jogo. As imagens televisivas deixam poucas dúvidas sobre a legalidade da posição do jogador do Braga, mas um erro na calibragem técnica das linhas de fora de jogo fez com que fosse apresentado ao VAR a informação de que o jogador estava 1,18mts adiantado quando na verdade estava 1,18mts atrasado (atrás do penúltimo adversário).
A tecnologia não é infalível e esta, parece-me, deverá ser a grande (re)aprendizagem que deve resultar deste “caso”.
Os árbitros, pelo menos os mais antigos, não confiam cegamente no sistema de comunicação áudio que usam. Em lances de possível fora de jogo, e mesmo sabendo que podem receber essa indicação no seu auricular por comunicação do seu assistente, tendem a olhar para este a verificar se a bandeirola está ou não no ar. Se lhes pareceu ouvir algo, mas ao olhar, virem a bandeirola em baixo, em princípio não apitam o fora-de-jogo.
Esta “desconfiança” tem de acontecer com os VAR e as linhas virtuais. Apoiar as decisões na tecnologia sem se demitirem de ter um olhar critico sobre os resultados que lhes são apresentados nos monitores.