Há algumas semanas atrás tive a honra de ser convidado para ser embaixador do Plano Nacional de Ética no Desporto. O PNED é um conjunto de iniciativas que visam divulgar e promover a vivência dos valores éticos inerentes à prática desportiva como a verdade, o respeito, a responsabilidade, a amizade, a cooperação, entre muitos outros. Valores, estes, que se pretende que sejam assimilados e vividos na prática desportiva.
Planeava escrever um artigo de opinião sobre este assunto, não sobre o convite mas sobre o que é o PNED e as suas iniciativas, mas tenho adiado por deixar que a “necessidade” de comentar a atualidade de outras temáticas, como “casos” de arbitragem, ultrapasse e se sobreponha a esta minha intenção.
Na passada semana tive a oportunidade de estar, a convite da PSP e enquanto embaixador desta causa, numa conferência sobre Violência no Desporto. Nessa tertúlia, cuja assistência era principalmente composta por jovens universitários, tivemos oportunidade de chegar à conclusão óbvia, mas nem sempre presente nas nossas mentes, de que precisamos de bons exemplos. Que precisamos de dar visibilidade às muitas coisas boas que vão acontecendo. O futebol e a sociedade precisam disso.
Na procura de responder às temáticas da atualidade, como acima referi, vou-me esquecendo de usar este espaço, que o jornal Record me concede, para dar voz às muitas coisas bonitas e positivas que vão acontecendo na nossa modalidade e, até, à volta e no seio da arbitragem.
Exemplo de uma dessas coisas positivas associada à arbitragem é a iniciativa do Cartão Branco | Fair-Play. O PNED, a CAJAP-Confederação das Associações de Juízes e Árbitros de Portugal e a Coca-Cola juntaram-se para promover esta iniciativa que visa enaltecer condutas eticamente corretas, praticadas por atletas, treinadores, dirigentes, público e outros agentes desportivos. Cabe aos árbitros e juízes de diversas modalidades, nos escalões de formação, exibir um cartão branco aos agentes acima identificados sempre que estes tenham um comportamento eticamente louvável durante um jogo.
Todos as jornadas temos casos de erros disciplinares dos árbitros como cartões amarelos ou vermelhos por exibir. Faz parte do futebol. Que nunca um cartão branco fique por exibir. E que haja justificação para a exibição de muitos.
Artigo de opinião publicado no jornal Record de 19 de março de 2019