Autor

Jorge Faustino

Data: 29/10/2019

Arbitragens discretas

Esta jornada vivemos um Domingo de futebol à antiga. Os ditos três grandes jogaram todos nesse dia. Não consigo assumir preferência por este modelo ou por um que espalha a jornada por quatro dias (de sexta a segunda). Percebo a necessidade que é para o negócio ter jogos em diferentes dias para capitalizar as transmissões televisivas, mas admito que sinto alguma saudade dos domingos cheios de futebol.

A consequência de ter tantos jogos no mesmo dia é que, pelo menos nessa noite e no dia seguinte, o foco da comunicação social está no informar sobre o que se passou nesses jogos e em mostrar os golos. Em oposição, nos dias em que apenas há um jogo, para se conseguir segurar espectadores ou incentivar ao clique, há que explorar esse jogo, escalpelizando-o até ao detalhe do pé do jogador que estava dentro de campo no momento em que executou o lançamento…

As arbitragens dos jogos deste Domingo foram, sobretudo, discretas. Hugo Miguel, Fábio Veríssimo e Artur Soares Dias conseguiram quase não fazer notar a sua presença. Erraram? Sim, como sempre acontece num jogo de futebol. Erraram, mas felizmente para o jogo, sem consequências óbvias na definição dos vencedores de cada um dos jogos. E acertaram? Acertaram muito. Como sempre acontece no futebol. As estatísticas dizem que os árbitros acertam 97% das decisões. Agora que o campeonato voltou em força, esperemos que os 3% aconteçam em lances de somenos importância e que os clubes e adeptos consigam perceber e aceitar que esses 3%, quando ocorrerem, não são obras duma conspiração contra alguém. São aquilo que são: erros.

Fonte: Record