Tivemos um erro de arbitragem grave. Daqueles que quem anda no futebol e em particular na arbitragem sabe que podem acontecer. Mas, mesmo que apenas um ângulo de camara tenha esclarecido, inequivocamente, que a decisão inicial do árbitro estava errada, num futebol de videoarbitragem, um lance como o penálti do Porto frente ao Portimonense, será sempre um erro difícil de aceitar.
Por causa desse erro, voltámos a ter um departamento de comunicação de um clube a brilhar naquilo que nada tem a ver com a sua função original. Provocar clubes adversários e tentar colocar pressão nas arbitragens para o resto do campeonato está muito longe do papel de informação sobre o clube que estes departamentos deveriam desempenhar.
Noutro jogo, voltámos a ter um treinador de um dos ditos três grandes a lançar suspeitas sobre os árbitros. Colocar em causa o acerto de uma decisão ou até a qualidade dos árbitros, é legítimo. Tentar lançar suspeitas sobre possíveis motivações por detrás das decisões tomadas em campo é, para mim e no mínimo, triste e revelador da falta noção do que é a realidade da arbitragem portuguesa atual.
Terminei minha última crónica, dizendo que tudo está em paz no futebol até que um árbitro falhe uma decisão de penálti. Pois, um penálti foi o que bastou…
Artigo de opinião publicado no jornal Record de 18 de setembro de 2019