Autor

Jorge Faustino

Data: 28/01/2025

Substituição por concussão

No futebol, as leis de jogo adaptam-se à realidade para proteger os protagonistas: os jogadores. Uma das alterações mais recentes, e que a FIFA tanto valorizou, foi a introdução de uma substituição extra em caso de concussão. Trata-se de uma medida para prevenir riscos graves, permitindo substituir jogadores com suspeita de lesão cerebral sem prejudicar a equipa.
Curiosamente, esta regra, já adotada pela FPF, não encontrou eco nas provas da Liga Portugal. No jogo Académico de Viseu – Feirense (Liga II), o treinador da equipa visitada tentou realizar esta substituição, sem saber que, nessas competições, tal não é permitido.

Como justificar que, no mesmo país, um jogador com suspeita de concussão receba proteção no Campeonato de Portugal ou na Taça de Portugal, mas não na Primeira ou Segunda Liga? A saúde dos atletas não deveria ser tratada com a mesma seriedade?

A substituição por concussão é simples. Cada equipa pode utilizá-la uma vez por jogo, independentemente das substituições já feitas. O jogador é retirado para avaliação médica, e a equipa adversária pode realizar uma substituição extra, garantindo equilíbrio competitivo. Apesar das vantagens, a Liga Portugal continua sem implementar esta medida.

A questão não é apenas técnica ou regulamentar, mas ética. Se uma regra protege os atletas, porque não adotá-la de forma uniforme? Razões financeiras, logísticas ou simples falta de prioridade? É urgente repensar esta decisão. A segurança dos jogadores deve estar acima de qualquer outra consideração.

Fonte: Record