Ultimamente tem-se falado muito no baixo tempo útil de jogo na Liga NOS.
Os números demonstram uma realidade que nos devia fazer corar de vergonha: estamos na cauda da Europa, no que diz respeito a faltas assinaladas e ao número de minutos em que a bola efetivamente rola.
Para que se tenha uma ideia, nos primeiros quatro meses desta época, tínhamos 6 jogos no evitável “Top 8″ dos que tiveram mais infrações… em toda a Europa. Um deles chegou às 48 faltas!
Não é coincidência, não é azar, nem é circunstancial. É estrutural. É o resultado de um padrão cultural distorcido na forma como se arbitra, joga, treina, comenta, analisa e aplaude o jogo em Portugal.
Eis alguns dados até à 21.ª jornada, recolhidos pelo Diogo Pombo num artigo de excelência, recentemente publicado na Tribuna Expresso:
– A média de tempo útil de jogo foi de 49’26”. Quer isso dizer que não se jogou durante 40’34”;
– O total de faltas assinaladas foi, em média, de 32,34 (quase 33 por jogo). Na Premier League esse número baixa para 22;
– Somos a liga com menos golos e passes por jogo, em relação às chamados “Big Five” (Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália e França);
– Temos mais jogos com 40 (ou mais) faltas do que têm todos os jogos dos “Big Five”.