Atirar bolas de golfe, pilhas, moedas e até telemóveis, entre outros objetos, para dentro de um campo de futebol com o objetivo de acertar em alguém, é grave. É muito grave. É um ato que, normalmente, implica premeditação e intenção de magoar. Fora de um estádio de futebol até pode ser considerado crime.
Não é aceitável que a sociedade olhe para este ato, neste contexto, como algo “normal” e também não é aceitável que os clubes pactuem com estes comportamentos por parte dos seus adeptos. Os estádios têm sistemas de vigilância que conseguem, mais ou menos facilmente, detetar e identificar alguém que atire um objeto para terreno de jogo. Não usar essas ferramentas para impedir que situações destas sejam recorrentes, é pactuar com elas.
Escrevo sobre este tema no seguimento do “caso do hematoma” do Tiago Martins no jogo do Benfica. E as perguntas que gostaria mesmo de ver respondidas são duas:
– O Tiago foi mesmo atingido por uma moeda ou outro objeto? O Benfica talvez possa esclarecer caso divulgue imagens do árbitro desde o momento em que o jogo termina até ao momento em que este apanha uma moeda do chão. Mostrar apenas os segundos em que o Tiago apanha a moeda, não prova a tese de mentira que o Benfica defende.
– O Tiago escreveu mesmo que sofreu um hematoma? Não sei. À data em que escrevo este artigo, o relatório ainda não foi tornado público. É grave para as estruturas do futebol que alguém, ligado a algum clube, saiba os detalhes do relatório poucas horas após o final do jogo.
- 15 Oct, 2024
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O hematoma
Fonte:
Record