Autor

Jorge Faustino

Data: 04/09/2024

O argumento certo

Excelente arbitragem de Luís Godinho no primeiro clássico da época. Foi competente (como sabemos que é) e contou com a indispensável colaboração dos jogadores, treinadores e estruturas de ambos os clubes. Parabéns.

Não tão consensual, mas a meu ver acertada e competente, foi a arbitragem de André Narciso no Moreirense – Benfica.

Anulou um golo à equipa da casa por uma infração ocorrida durante a jogada que terminou em golo. Houve mesmo pisar imprudente de Alanzinho a Barreiro, com boa intervenção do VAR e correta anulação do golo.

O outro lance mais discutido divide-se em dois momentos.

Começando pelo último (para mim mais óbvio): Barreiro jogou a bola e corria na direção para a qual a tinha tocado. Asué, que também queria jogar a bola, chegou tarde e acabou por colocar as suas pernas no caminho do Barreiro: típica situação de rasteira e, portanto, penálti.

No segundo anterior aconteceu uma situação que aceito ser mais discutível: Marcos Leonardo tentou jogar a bola quando esta vinha à altura da sua cabeça. Pressionado nas costas, falhou o toque e a bola acabou por lhe bater no braço direito que estava aberto fora do plano do corpo (volumetria). Diz a lei que a volumetria não natural deve ser punida, mas que a volumetria natural, consequência natural de determinado movimento para jogar a bola, não é infração. Diz a biomecânica do ser humano que para alguém elevar a perna direita daquela forma, o braço direito tem de abrir de forma a equilibrar o corpo. Este é, para mim, “o” argumento que valida a decisão do árbitro em não considerar infração. Quem quiser pode discutir se era mesmo necessário o braço estar tão aberto ou tão elevado. São opiniões válidas. Neste caso cada um terá de ficar com a sua opinião/razão. E o árbitro com a dele.

Fonte: Record