Autor

Jorge Faustino

Data: 01/11/2019

In dubio pro reo

A dúvida é um sentimento constante na vida dos árbitros. Por vezes surge antes da decisão. Mas, porque a maior parte das vezes se decide sem ter tempo para racionalizar, a dúvida surge após a tomada de decisão. Mas hoje não venho escrever sobre as dúvidas dos árbitros. Venho escrever sobre as minhas dúvidas.

Aconteceram alguns lances esta jornada em que, nas análises que fiz, terminei dei o “benefício da dúvida para a decisão do árbitro”. Não quero com isto dizer que acredite mais na decisão que foi tomada em campo do que naquilo que pude observar nas diversas repetições. Quero dizer que, mesmo parecendo-me que a decisão em campo possa não ter sido a acertada, não encontrei imagens que provem o contrário e, daí, tenho a obrigação moral e intelectual de não “penalizar” com a minha opinião contrária um lance não evidente. In dúbio pro reo…

No golo do Paços de Ferreira fiquei com muitas dúvidas se a bola bateu no ombro ou no braço de Douglas Tanque. A ter batido no braço, mesmo que inadvertidamente, o golo teria de ser anulado. “Parece-me” que a bola bateu efetivamente no braço, mas por outro lado, a forma como a bola sai do corpo do atacante do Paço faz parecer que o contacto pode ter sido no ombro. Assim, in dúbio pro reo.

Bola na mão ou mão na bola de Mathieu? Dentro ou fora da área?. In dubio pro reo.
Uribe agrediu Edgar Costa ou este simulou? In dubio pro reo.

Fonte: Record