Autor

Jorge Faustino

Data: 04/12/2024

Ética na derrota

Sendo eu ex-árbitro de futebol e sendo esta uma coluna de opinião sobre arbitragem, é incontornável abordar o trabalho do árbitro no jogo Sporting – Santa Clara. Um jogo muito exigente para as três equipas. O Santa Clara cometeu poucos erros e, principalmente por isso, foi compensado com a vitória. Já o Sporting e a equipa de arbitragem tiveram a infelicidade de ter prestações menos conseguidas. Ninguém poderá pôr em causa a seriedade e ética do Gyökeres quando este falhou alguns golos que normalmente marca. Foi infeliz e isso prejudicou a sua equipa. Da mesma forma, quem conhece a arbitragem por dentro ou quem quer olhar para os árbitros sem preconceitos e sem fantasmas, percebe que o Cláudio Pereira (árbitro) e o Hélder Carvalho (VAR) tiveram uma noite infeliz. Apesar de terem acertado muitas vezes, cometeram dois erros graves (penáltis por sancionar favoráveis ao Sporting) que, para além de seguramente virem a ter impacto importante nas suas classificações, também acabaram por prejudicar o futebol em geral e a equipa do Sporting em particular.

Não são decisões como as que (não) foram tomadas neste jogo que a arbitragem quer. Acreditem que ninguém, mais do que os árbitros, gostaria que estes erros não acontecessem.

Termino com aquilo que considero mais importante em todo este jogo: a postura de João Pereira e do Sporting após a partida. É nos momentos difíceis, quando há razões de queixa, que se demonstra a grandeza ética das pessoas e instituições.

Fonte: Record