Quando falamos em “clássico” no contexto do futebol, referimo-nos a um jogo entre rivais históricos, carregado de tradição, rivalidade e simbolismo, que mobiliza clubes, e adeptos, e cuja importância transcende os pontos em disputa. O Porto – Benfica é um dos clássicos do nosso futebol. Mas a palavra “clássico” tem outros significados. É também algo “conforme aos usos tradicionais ou estabelecidos”, “costumeiro, habitual, recorrente”…
É clássico que, antes dos clássicos, haja picardias comunicacionais. Assim foi.
É clássico que num clássico, dentro de campo, os jogadores coloquem mais intensidade e agressividade, tornando a gestão do jogo mais difícil e prejudicando a imagem de respeito e fair play. Assim foi, com quezílias e entradas no limite logo a abrir.
É clássico que, no fim de um clássico, surjam — com ou sem fundamento — queixas de erros graves. Assim foi, embora, a meu ver, sem justificação, por não haver erro claro e óbvio.
É clássico que a arbitragem acabe culpada pelo insucesso de, pelo menos, uma das equipas. Miguel Nogueira conseguiu, apesar de alguns erros, não ter impacto na definição do resultado… mas o nome dele andará nas discussões por algum tempo.
E é clássico que, após o clássico, surjam comunicados a pedir reformas na arbitragem e no futebol português: assim aconteceu, desta vez vindo do outro jogo (Sporting–Braga) que, no bom e no mau sentido, é também já um clássico.
Há coisas que, no futebol português, parecem mesmo não mudar. É um clássico.