Avaliar lances descontextualizados do jogo e do seu ambiente, do árbitro, do seu critério, das equipas e jogadores envolvidos é um exercício válido, e até pedagógico, mas limitativo no que concerne à sua utilização para avaliar a total dimensão de uma arbitragem.
Sobre este tema, que abordo em resultado de algumas questões levantadas por leitores sobre critérios das notas que atribuo às arbitragens versus a análise que fiz dos lances individualmente três tópicos:
1) As notas que atribuo são para a equipa de arbitragem e não apenas para o árbitro. Ex: se um árbitro falha decisões importantes, mas é bem “corrigido” pelo VAR, a avaliação da arbitragem valoriza as decisões finais, que foram corretas.
2) Por vezes não “aponto” nenhum erro na análise dos lances, mas dou uma nota mínima (3). Isto porque uma arbitragem é mais do que a soma de umas quantas decisões. A proatividade do árbitro, a forma como interage com os intervenientes e mais um sem número de fatores invisíveis pesam, e muito, no sucesso de uma arbitragem.
3) Os lances cinzentos e os critérios… O facto de por vezes aceitar determinada decisão de um árbitro não quer dizer que concorde totalmente com ela. Ex: O segundo amarelo a Fransérgio é uma decisão inatacável e protegida pelas Leis. É. Tinha margem para ser gerido com outra interpretação e critério disciplinar mais largo (sem cartão)? Tinha.