Luís Guilherme deverá ser próximo presidente da APAF

O ano de 2009 deverá devolver Luís Guilherme à presidência da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF). É nesse sentido que há muito estão empenhados os principais representantes da classe e a candidatura ainda só não foi oficializada porque Paulo Paraty anunciou publicamente a intenção de concorrer ao lugar actualmente ocupado por António Sérgio. Esse anúncio fez recuar Luís Guilherme, que desde o início assumira preferir a renovação da liderança em vez da reciclagem e, além disso, não desejava uma disputa que dividisse o sector. Retirou-se da corrida no dia em que foi conhecida a intenção de Paraty. No entanto, a falta de apoio com que se confrontou o ex-internacional portuense levou-o, igualmente, a abster-se de avançar. Quando, esta semana, terminou o prazo para apresentação de listas, o presidente da Assembleia Geral, Olegário Benquerença, deparou-se com um vazio que obrigará a convocar novo acto eleitoral. O processo regressou ao início, em todos os sentidos, uma vez que, sem outro candidato disposto a avançar, Luís Guilherme mantém tudo o que assumira com os árbitros e, para estes, também nada se alterou."A minha condição na arbitragem é defender os árbitros. Vamos aguardar. Por mim, a intenção é ajudar, na função que for melhor", afirma o dirigente que os juízes escolheram para representar a classe, da qual já foi o rosto: presidiu à APAF e foi também o antecessor de Vítor Pereira na Comissão de Arbitragem.
Largos meses de pressão convenceram-no a regressar à actividade, numa altura em que o modelo de representação da classe conhecerá alterações. Conciliador no que respeita ao sector que em breve deverá vir a representar novamente - as eleições poderão ter lugar em Fevereiro -, não coloca de parte a possibilidade de Paulo Paraty vir a desempenhar funções em qualquer das novas estruturas. "Não sei a que se deveu o recuo", ressalva Luís Guilherme, que diz haver ainda "muito tempo para encontrar soluções para o futuro da APAF", sem riscar qualquer nome do projecto: "Todos não somos demais para ajudar a APAF. Haverá um conjunto de alterações, com a publicação do novo regime jurídico das federações. Não somos demais para ajudar nessa longa caminhada e não estamos em condições de rejeitar todos os contributos para ajudar a arbitragem."
Paulo Paraty ficou sozinho
Paulo Paraty não explicou publicamente as razões que o fizeram recuar na pretensão de se candidatar à presidência da APAF, que ficaram tão desconhecidas para os ex-companheiros dos relvados como as que o levaram a avançar. Há muito que a sucessão de António Sérgio mobiliza os juízes, designadamente, os internacionais. Paulo Paraty pertencia a esse grupo, quando se iniciou o movimento para fazer regressar Luís Guilherme e também ele apoiava essa opção. Foi uma surpresa para todos quando, recentemente, O JOGO noticiou a intenção de avançar para a liderança da APAF, confirmada por Paraty, que se disse desafiado para essa empreitada precisamente pelos juízes internacionais. Posteriormente, num encontro destes com Luís Guilherme, o ex-internacional portuense adiantou-se ao convite que ia ser feito e anunciou aos ex-companheiros a decisão de se candidatar. Questionado sobre as razões dessa opção, limitou-se a afirmar ter mudado de estratégia e nada acrescentou, quando lhe foi recordado que a estratégia há muito fora delineada, com o acordo de todos. Paraty mudou e ficou sozinho nesse novo rumo, uma vez que os demais não o acompanharam.