Quando o que está em causa é a ética desportiva, os papéis podem inverter-se e desta vez foi um árbitro a ver um cartão branco num jogo de futebol no escalão de benjamins disputado em Ponte de Sor. O treinador do Eléctrico quis relevar a atitude altruísta e de valores desportivos demonstrados em campo pelo juiz da partida e exibiu-lhe o cartão branco, num gesto aplaudido por todos.
Na sua página oficial, o clube de Ponte de Sor conta a história que decorreu num jogo na categoria de benjamins, entre o Eléctrico Futebol Clube e o SC Campomaiorense, tendo começado por destacar que o árbitro da partida foi Rafael Orelhas, “juiz que teve sempre uma postura muito correta, honesta e pedagógica ao longo de todo o jogo”, características fundamentais para um árbitro desenvolver a sua tarefa, em jogos nesta categoria.
Num dos momentos da partida, relata, “o nosso guarda-redes sofreu um golo e começou a chorar, pela tristeza do momento. O árbitro foi o primeiro a ir ajudar com incentivos e palavras de encorajamento. Chegou mesmo a ajoelhar-se à frente do nosso jogador para o animar. Deixou, inclusive, que entrasse em campo a nossa equipa técnica para falar e acalmar o nosso guarda-redes”, conta o Eléctrico.
Lembrando que o clube de Ponte de Sor prima por ser visto como uma “escola de valores”, estando “cientes da sua responsabilidade enquanto Entidade Formadora e reconhecidos com a Bandeira da Ética neste ano 2021, aquele gesto não podia passar em branco.
Assim, no final do jogo, o treinador do Eléctrico FC, Tiago Botelho, em concordância com os responsáveis do SC Campomaiorense, solicitou ao árbitro o cartão branco, e, numa inversão de papéis, atribuiu ao árbitro da partida, Rafael Orelhas, o Cartão Branco.
O Cartão Branco é um recurso pedagógico que visa enaltecer condutas eticamente corretas, praticadas por atletas, treinadores, dirigentes, público e outros agentes desportivos, e ao qual aderem entidades interessadas em promover valores e ética no âmbito da prática desportiva.
O Cartão Branco resulta de uma parceria entre o PNED-Plano Nacional de Ética no Desporto (Instituto Português do Desporto e Juventude, IP), a CAJAP-Confederação das Associações de Juízes e Árbitros de Portugal.