Se a eliminação da seleção alemã do Campeonato da Europa aos pés da Inglaterra tem dominado as discussões na Alemanha nos últimos dias, esta quinta-feira surgiu uma nova informação que promete agitar o futebol germânico e, eventualmente, toda a perceção sobre a longevidade dos árbitros.
Manuel Gräfe, considerado de forma unânime o melhor juiz alemão da última década, anunciou que vai processar a Federação Alemã de Futebol (DFB) por «discriminação de idade», uma vez que foi obrigado a terminar a carreira no final da última temporada, por ter atingido o limite estipulado (47).
«Aquilo que o DFB faz é uma discriminação de idade. Como dizia o Otto Rehhagel, ‘não há jogadores novos nem velhos, só bons e maus’. Teria gostado de continuar, porque as minhas pernas, os meus pés e os meus joelhos continuam bons, mas o DFB continua a basear-se numa lei completamente ultrapassada», disse o árbitro alemão, em entrevista à revista Zeit Magazin.
Para Manuel Gräfe, o «DFB gosta muito de dizer que combate o racismo e a desigualdade, mas a lei do limite de idade é o oposto disso». «Vou processá-los por discriminação de idade; tiraram-me aquilo que me dá prazer e, claro, vou sofrer perdas financeiras em virtude dessa decisão», afirmou o juiz natural de Berlim, que na Liga dos Campeões apitou por duas vezes o Benfica.