Marco van Basten considerou, em declarações à Sky Sports, que o futebol teria muito a ganhar se acabasse com o fora de jogo. O antigo jogador holandês, de 56 anos, entende que a medida acabaria com muitos tempos mortos no futebol.
“Estou convencido que a regra do fora de jogo não é boa. Pelo menos gostaria que se experimentasse eliminá-la, para mostrar que o futebol também é possível sem essa regra. Acredito que o jogo seria melhor sem ela”, explicou o holandês.
“O futebol é um jogo fantástico, mas acho que ainda temos muito que fazer para o tornar ainda melhor, mais espectacular, mais interessante, mais excitante. Temos de trabalhar nisso”, prosseguiu.
Van Basten foi diretor técnico da FIFA, entre 2016 e 2018, e a regra do fora do jogo foi sempre algo que o incomodou. “Vejam o tempo que se perde com lançamentos, lesões, não é isto que as pessoas querem ver. Temos de fazer algo, as pessoas querem ação. Há tantas situações em que o que se está a ver é… nada! Isso não é bom para o jogo.”
Mas há quem diga que sem o fora de jogo o futebol não seria o mesmo. “As equipas encontrariam uma forma de jogar sem ele. Se desaparecer o fora de jogo, a linha defensiva desce mais. Vão dizer que os defesas recuam porque ficarão com receio que os avançados lhes apareçam pelas costas. Mas aí ficam todos em cima do guarda-redes, que não vai conseguir ver nada. Por isso as equipas encontrariam uma solução.”
E prosseguiu: “O guarda-redes ia querer toda a gente fora dali e isso tornar-se-ia interessante. Se os avançados puderem mexer-se por trás dos defesas haverá mais possibilidades de golo. Tornaria a missão de defender bem mais difícil.”
E continuou a explicar como seria o jogo. “Por outro lado, se estás a defender e não há fora de jogo, podes ter um ou dois jogadores mais adiantados para quando recuperares a bola a colocares logo no ataque. A equipa atacante tem de estar mais atenta do que está agora porque o campo ficaria maior”, acrescentou.
“Quando campo se torna maior, há mais opções para os jogadores em posse e para os treinadores poderem explorar isso. O problema é que temos o fora de jogo. Quanto tempo passamos a discutir se um jogador está ou não em jogo? Muito!”, constatou Van Basten.