Mundial’2018: FIFA quer provas de alegada corrupção




A FIFA quer as "potenciais provas" de corrupção nas candidaturas ao Mundiais de 2018 e 2022, após o antigo secretário geral Michel Zen-Ruffinen ter dito que Espanha/Portugal e Qatar negociaram votos, refere esta segunda-feira a agência Associated Press.

O antigo secretário geral da FIFA foi filmado através de uma câmara escondida por dois jornalistas do "Sunday Times", aos quais disse que as candidaturas de Espanha-Portugal e Qatar fecharam um acordo, em que cada um receberia sete votos dos 24 membros do comité executivo.

Portugal e Espanha concorrem à organização do Mundial de 2018, enquanto o Qatar pretende acolher o campeonato em 2022, e cada candidatura necessita de 13 votos para garantir a organização da prova.

"Eles começariam com sete [votos], o que não seria esperado pelos outros candidatos. Isto não é um rumor, é um facto", disse Zen-Ruffinen, sem saber que estava a ser filmado e perante jornalistas ingleses que se fizeram passar por representantes de uma sociedade que trabalharia para a candidatura norte-americana.

Na conversa com o "Sunday Times", o antigo dirigente disse também que existem membros do comité executivo que podem ser subornados com a oferta de dinheiro ou de mulheres.

O assunto já chegou à FIFA, que pretende agora levar a questão à sua comissão de ética, que na última semana abriu um inquérito à alegada corrupção em torno dos Mundiais que são atribuídos a 2 de dezembro.

"A FIFA exigiu imediatamente a receção de todos os documentos e potenciais provas que o jornal ["Sunday Times"] tenha em relação a esta matéria, e irá, em qualquer caso, analisar as provas disponíveis", disse o organismo em comunicado.

Tolerância zero para quebra de código ético.
O organismo diz ainda que, juntamente com a sua comissão de ética, tem "tolerância zero" para qualquer quebra do código de ética e dos processos de candidatura.

"A FIFA e a comissão de ética estão determinados a proteger a integridade do processo de candidaturas aos Mundiais de 2018 e 2022", acrescenta.

Também de acordo com o "Sunday Times", o painel de ética investiga ainda dois membros do atual comité executivo e quatro ex-membros.

Amos Adamu, da Nigéria, e Reynald Temarii, do Tahiti, foram filmados a alegadamente oferecerem os seus votos em troca de financiamentos para projetos de futebol, levando à suspensão de ambos.

Os quatro antigos membros são Slim Aloulou, da Tunísia, Amadou Diakite, do Mali, Ismael Bhamjee, do Bostwana, e Ahongalu Fusimalohi, de Tonga.

Na corrida ao Mundial de 2018 estão Inglaterra, Rússia e as candidaturas conjuntas de Portugal e Espanha e Bélgica e Holanda, enquanto que para 2022 concorrem Estados Unidos, Austrália, Japão, Coreia do Sul e Qatar.

Fonte: Record