A participarem actualmente no workshop que a Federação Internacional de Futebol (FIFA) promove desde 2005 no Algarve por ocasião do Mundialito de futebol feminino, 62 árbitras de diversos países preparam-se para o campeonato do Mundo, que se disputa este ano na Alemanha e para o qual serão seleccionadas 48 “juízas".
Um trabalho cada vez mais próximo do realizado pelos homens e
uma crescente igualdade na relação com os colegas masculinos marcam a
forma como as árbitras internacionais de futebol encaram a profissão.
A participarem actualmente no workshop que a Federação Internacional de Futebol (FIFA) promove desde 2005 no Algarve por ocasião do Mundialito de futebol feminino, 62 árbitras de diversos países preparam-se para o campeonato do Mundo, que se disputa este ano na Alemanha e para o qual serão seleccionadas 48 “juízas”.
No estádio José Arcanjo, em Olhão, durante um treino, a agência Lusa falou com uma alemã e duas espanholas, tendo as três árbitras dito que as mulheres estão cada vez mais inseridas na actividade e as diferenças para os homens vão-se esbatendo, sobretudo porque nas competições internas só costumam apitar jogos masculinos.
Bibiana Steinhaus, árbitra alemã de 31 anos, afirmou que, «hoje em dia, jogadores, treinadores e espectadores não querem saber se quem arbitra é homem ou mulher» e «apenas pensam na performance dentro de campo».
«Em geral, as árbitras são tratadas da mesma forma. Mas os jogadores tratam as mulheres de forma diferente, porque é mais difícil dizer alguns insultos a mulheres do que a homens», explicou Steinhaus, atualmente inserida no quadro de árbitros profissionais alemães, dirigindo jogos da segunda divisão.
Iolanda Parga, espanhola de 32 anos que integra a categoria semiprofissional e dirige jogos da 2.ª divisão B (terceiro escalão), disse que já leva muitos anos de arbitragem e, quando começou, «era estranho ver uma mulher no campo».
«Mas isso vai mudando, já há muitas mulheres na arbitragem e esta situação já é vista como normal», considerou, acrescentando que os colegas homens já as reconhecem como sendo «do grupo dos árbitros».
Parga sublinhou, no entanto, que no campo «a forma como se dirigem aos homens ou às mulheres é diferente» e «os insultos são mais enfocados no feminino».
«Mas, se têm que nos insultar, insultam-nos e, se têm que nos elogiar, também nos elogiam», brincou, frisando que o importante é «a concentração no trabalho para tomar decisões e procurar que o que passa fora de campo não influencie».
Marisa Billa Gutierrez, de 37 anos, esteve quatro anos na liga profissional espanhola, apesar de nunca se ter estreado na primeira divisão, e explicou que deixou o quadro principal devido às diferenças físicas.
«Este ano estou na 2.ª divisão B. Apitei jogos profissionais e foi uma experiência muito bonita, mas requeria uma capacidade física muito elevada para estar ao mesmo nível dos homens. O melhor de tudo foi que não houve diferenças, há países em que fazem diferença entre homens e mulheres, mas a mim trataram-me sempre como mais um do grupo», contou.
Marisa Billa considerou que os insultos são normais na profissão e «não surgem por serem mulheres, mas devido à figura que se representa no jogo».
«Não interessa se és homem ou mulher, porque insultos há sempre. O que acontece é que são diferentes, porque se relacionam mais com o nosso físico», acrescentou, frisando que costuma ouvi-los quando está a aquecer, mas quando o jogo começa concentra-se apenas no trabalho.
Fonte: Sapo Desporto
A participarem actualmente no workshop que a Federação Internacional de Futebol (FIFA) promove desde 2005 no Algarve por ocasião do Mundialito de futebol feminino, 62 árbitras de diversos países preparam-se para o campeonato do Mundo, que se disputa este ano na Alemanha e para o qual serão seleccionadas 48 “juízas”.
No estádio José Arcanjo, em Olhão, durante um treino, a agência Lusa falou com uma alemã e duas espanholas, tendo as três árbitras dito que as mulheres estão cada vez mais inseridas na actividade e as diferenças para os homens vão-se esbatendo, sobretudo porque nas competições internas só costumam apitar jogos masculinos.
Bibiana Steinhaus, árbitra alemã de 31 anos, afirmou que, «hoje em dia, jogadores, treinadores e espectadores não querem saber se quem arbitra é homem ou mulher» e «apenas pensam na performance dentro de campo».
«Em geral, as árbitras são tratadas da mesma forma. Mas os jogadores tratam as mulheres de forma diferente, porque é mais difícil dizer alguns insultos a mulheres do que a homens», explicou Steinhaus, atualmente inserida no quadro de árbitros profissionais alemães, dirigindo jogos da segunda divisão.
Iolanda Parga, espanhola de 32 anos que integra a categoria semiprofissional e dirige jogos da 2.ª divisão B (terceiro escalão), disse que já leva muitos anos de arbitragem e, quando começou, «era estranho ver uma mulher no campo».
«Mas isso vai mudando, já há muitas mulheres na arbitragem e esta situação já é vista como normal», considerou, acrescentando que os colegas homens já as reconhecem como sendo «do grupo dos árbitros».
Parga sublinhou, no entanto, que no campo «a forma como se dirigem aos homens ou às mulheres é diferente» e «os insultos são mais enfocados no feminino».
«Mas, se têm que nos insultar, insultam-nos e, se têm que nos elogiar, também nos elogiam», brincou, frisando que o importante é «a concentração no trabalho para tomar decisões e procurar que o que passa fora de campo não influencie».
Marisa Billa Gutierrez, de 37 anos, esteve quatro anos na liga profissional espanhola, apesar de nunca se ter estreado na primeira divisão, e explicou que deixou o quadro principal devido às diferenças físicas.
«Este ano estou na 2.ª divisão B. Apitei jogos profissionais e foi uma experiência muito bonita, mas requeria uma capacidade física muito elevada para estar ao mesmo nível dos homens. O melhor de tudo foi que não houve diferenças, há países em que fazem diferença entre homens e mulheres, mas a mim trataram-me sempre como mais um do grupo», contou.
Marisa Billa considerou que os insultos são normais na profissão e «não surgem por serem mulheres, mas devido à figura que se representa no jogo».
«Não interessa se és homem ou mulher, porque insultos há sempre. O que acontece é que são diferentes, porque se relacionam mais com o nosso físico», acrescentou, frisando que costuma ouvi-los quando está a aquecer, mas quando o jogo começa concentra-se apenas no trabalho.
Fonte: Sapo Desporto