Olegário: «Fábio e Tiago juntos não têm 10 jogos na primeira categoria»

Fábio Veríssimo e Tiago Martins, os novos árbitros internacionais português, receberam as insígnias da FIFA nesta quinta-feira, em cerimónia realizada na sede da Federação Portuguesa de Futebol, tal como outros 29 árbitros (Marco Ferreira e Jorge Sousa não puderam comparecer). Uma das vagas para os estreantes foi concedida por Olegário Benquerença, que atingiu o limite de idade (a outra era de Pedro Proença, que retirou-se), e que no discurso de despedida deixou algumas recomendações. 

«O Tiago Martins e o Fábio Veríssimo representam o melhor de uma geração bem preparada, mas, por outro lado, também representam o pior daquilo que foram anos e anos de falta de planeamento e preparação do futuro. Hoje temos dois árbitros internacionais, consagrados enquanto tal, que juntos não têm 10 jogos de primeira categoria», sublinhou o árbitro, não se escusando de apontar o dedo aos responsáveis. 

«Isto não é culpa deles [Fábio Verissimo e Tiago Martins], mas de todo um modelo que num passado criou obstáculos a um rejuvenescimento. Agora peço, em nome deles, que tenham, para com eles, uma compreensão diferente da que têm para com os restantes porque vão ter que fazer o seu tirocínio arbitrado. Encarem-nos não ainda como internacionais, mas como estagiários internacionais», solicitou. 

O antigo árbitro internacional reforçou, ainda, que há muito trabalho pela frente, mas compreende que, dadas às especificidades do futebol português, não se possa atacar todas as batalhas em simultâneo. 

«O que está a falhar não é agora. O que terá falhado é todo um trabalho que devia ter sido feito há anos, inclusivamente com alguns dirigentes deste conselho. Isto deveria ter sido planificado de outra forma. Também reconheço que não é fácil atacar tantos fogos em simultâneo. Numa estrutura que ainda é semi-amadora não é fácil exigir que tudo se faça da mesma forma. Eventualmente esta terá sido uma preocupação menor», rematou.


Fonte: Mais Futebol