Treinadores de Elite aprovam árbitros suplementares





Os participantes no Fórum de Treinadores de Elite da UEFA, onde estiveram três técnicos portugueses, manifestaram o seu apoio à continuação da experiência com dois árbitros assistentes suplementares.


Os treinadores dos principais clubes da Europa manifestaram o seu apoio à utilização de dois árbitros assistentes suplementares, uma experiência que vai continuar a decorrer, durante os próximos dois anos, nas competições europeias de clubes.

Os técnicos deram a seu consentimento a esta experiência durante o Fórum de Treinadores de Elite da UEFA, que decorreu em Nyon e onde a UEFA e os treinadores discutiram assuntos de interesse comum e debateram propostas para desenvolver e melhorar este desporto.

Nesta experiência, que já foi aplicada na última edição da UEFA Europa League, o árbitro, os dois assistentes e o quarto árbitro recebem a companhia de dois árbitros assistentes suplementares, que se posicionam junto a cada uma das balizas. A sua função específica é acompanhar os incidentes que decorrem na grande área, como os puxões e os empurrões nas jogadas de bola parada.

"Os treinadores estão muito satisfeitos e querem ver a experiência repetida", explicou o director técnico da UEFA, Andy Roxburgh. "Estão conscientes dos problemas que decorreriam da utilização de meios tecnológicos e gostariam, se possível, que a arbitragem continuasse a ser humana. Esta experiência que pretende ajudar a minimizar os erros. Todos consideram que vale a pena ser testada”.

"Estes árbitros assistentes suplementares têm um novo papel e, por isso, tem de ser maturado e desenvolvido. O facto de haver mais dois olhos a acompanhar as movimentações na área poderá ser uma grande ajuda nas jogadas mais polémicas ", acrescentou Roxburgh. "Há também um efeito dissuasor, pois os jogadores sabem que estão ser mais observados e deverão passar a puxar e empurrar menos dentro da área".

Na sequência de uma decisão do International Football Association Board (IFAB), em Julho de 2010, a experiência vai decorrer nas edições de 2010/11 e 2011/12 da UEFA Champions League e da UEFA Europa League, bem como na SuperTaça Europeia de 2011.

Os treinadores também mostraram satisfação pela alteração no calendário de jogos internacionais que, na Europa, vai passar a contemplar jornadas duplas no apuramento para o UEFA EURO 2012, com jogos às sextas-feiras e terças-feiras, em vez de aos sábados e às quartas-feiras, como acontecia até agora. "Esta foi uma sugestão dos treinadores há alguns anos, precisamente num destes fóruns", recordou Roxburgh.

"Estão muito contentes com esta mudança, pois, por exemplo, os jogadores que jogam na América do Sul já vão poder treinar na manhã de quinta-feira. Antigamente era habitual chegarem à sexta-feira, para no mesmo dia terem de seguir com a equipa, de avião ou de autocarro, para um desafio fora de casa".

A regra dos golos marcados fora de casa também foi discutida. Há mais de quarenta anos, quando as duas equipas estão empatadas numa eliminatória, segue em frente a equipa que marcou mais golos em casa do adversário. Os treinadores explicaram que querem manter esta regra, que foi bem concebida, mas que outras aplicações dos golos marcados fora de casa, nomeadamente no prolongamento, poderiam ser revistas no futuro.

Para os treinadores de elite, a UEFA Champions League continua a ser o ponto máximo do futebol, ao nível de provas como o Campeonato do Mundo e o Campeonato da Europa. As tácticas também foram discutidas, com os técnicos a chegarem à conclusão que são cada vez usados médios com funções defensivas à frente do sector mais recuado, assim como defesas-laterais que sobem pelo flanco como jogadores "box to box ", e que o 4-2-3-1 está a ganhar primazia sobre as outras tácticas.

Sentiu-se um grande orgulho na sala por três selecções europeias, com jogadores que representam os principais clubes europeus, terem conquistado os três primeiros lugares do Campeonato do Mundo de 2010, que foi disputado na África do Sul. "Este grupo considera que a UEFA Champions League é uma referência no futebol", explicou Roxburgh. "Os treinadores consideram que é o ponto máximo".

Os treinadores que estiveram presentes em Nyon foram: Massimiliano Allegri (AC Milan), Carlo Ancelotti (Chelsea FC), Didier Deschamps (Olympique de Marseille), Sir Alex Ferguson (Manchester United FC), Jean Fernandez (AJ Auxerre), Jesualdo Ferreira (Málaga CF), Thorsten Fink (FC Basel 1893), Josep Guardiola (FC Barcelona), Roy Hodgson (Liverpool FC), Jorge Jesus (SL Benfica), Martin Jol (AFC Ajax), Felix Magath (FC Schalke 04), José Mourinho (Real Madrid CF), Nikos Nioplias (Panathinaikos FC), Claude Puel (Olympique Lyonnais), Claudio Ranieri (AS Roma) e Thomas Schaaf (SV Werder Bremen).



Fonte: UEFA