Os últimos erros de arbitragem instalaram uma “guerra” contra a nomeação dos juízes. Não há jornadas sem queixas, críticas dos intervenientes, erros de análise dos homens do apito que vão tendo influência nos resultados.
Treinadores, presidentes e outros dirigentes parecem estar contra o critério de nomeações e já há quem peça o regresso do sorteio puro e duro dos árbitros.
O jornal OJogo ouviu alguns ex-árbitros que apitaram na era do sorteio, aprovado em 1998 pelos clubes, mas com votos contra do FC Porto, Belenenses, Sporting e Vitória de Guimarães. Vigorou até 2003. Os árbitros reconhecem que as nomeações não estão a ser felizes mas nem todos concordam com o regresso do sorteio.
O jornal colocou duas questões a oito ex-árbitros: A hipótese de fazer regressar o sorteio é boa ou má? Quais as vantagens e desvantagens? Escolhemos o testemunho de três deles: Jorge Coroado, Pedro Henriques e Fortunato Azevedo.
Jorge Coroado:
Por princípio e natureza, sou avesso ao sorteio. A designação dos árbitros deve primar pelo tributo à competência e à condição de forma. No atual momento não é o que se verifica. As nomeações não correspondem na íntegra ao que está regulamentado e são feitas de uma maneira que antecipadamente se apercebe que não vai resultar. Assim, o sorteio tornaria mais aleatória a nomeação e desresponsabilizaria o nomeador, perdendo este precisamente a mais capacitante condição que se exige num nomeador.
A nomeação direta, se se respeitarem paradigmas ade aferição rigorosos de tributo aos mais capacitados, é o processo ideal; quando são feitas por simpatia ou para ver no que dá... normalmente dá mau resultado.
Fortunato Azevedo:
Fui sempre a favor do sorteio. Hoje sou mais ainda, perante o cenário atual da arbitragem. As coisas chegaram a um estado tal que é fácil perceber quem vai dirigir o jogo de determinado clube. Continua a haver um grande apetite pelo poder e esse é um dos grandes problemas. Venha o sorteio, porque assim pode ser que alguma coisa mude.
Não vejo desvantagens, encontro, sim, muitas vantagens. Não quero fazer juízes de valor mas as nomeações são escandalosas, não estão a proteger o próprio árbitro, como acontece agora com o João Capela, que lá vai apitar o Benfica de novo. Estão a dar uma imagem errada dos árbitros. Por isso um sorteio só traz vantagens.
Pedro Henriques
Sorteio nem é boa nem é má, é péssima. Não faz sentido algum. Faz-se sempre essa analogia: um treinador tem quatro centrais para um jogo, vai sortear quem vai jogar? Não, vai escolher os centrais que são melhores para aquele jogo, em função das caraterísticas do adversário. É exatamente o mesmo na arbitragem.
Desvantagem é o condicionamento: quando se começa a condicionar, de repente, faltam árbitros para os jogos, fica muito limitado. A vantagem surge quando se fala em transparência. As pessoas acham sempre que há um sistema por detrás e, felizmente, não há. Mas esse é uma impressão externa, na prática não é o que se passa. O que temos é de entender que o erro é inevitável.
Jorge Coroado:
Por princípio e natureza, sou avesso ao sorteio. A designação dos árbitros deve primar pelo tributo à competência e à condição de forma. No atual momento não é o que se verifica. As nomeações não correspondem na íntegra ao que está regulamentado e são feitas de uma maneira que antecipadamente se apercebe que não vai resultar. Assim, o sorteio tornaria mais aleatória a nomeação e desresponsabilizaria o nomeador, perdendo este precisamente a mais capacitante condição que se exige num nomeador.
A nomeação direta, se se respeitarem paradigmas ade aferição rigorosos de tributo aos mais capacitados, é o processo ideal; quando são feitas por simpatia ou para ver no que dá... normalmente dá mau resultado.
Fortunato Azevedo:
Fui sempre a favor do sorteio. Hoje sou mais ainda, perante o cenário atual da arbitragem. As coisas chegaram a um estado tal que é fácil perceber quem vai dirigir o jogo de determinado clube. Continua a haver um grande apetite pelo poder e esse é um dos grandes problemas. Venha o sorteio, porque assim pode ser que alguma coisa mude.
Não vejo desvantagens, encontro, sim, muitas vantagens. Não quero fazer juízes de valor mas as nomeações são escandalosas, não estão a proteger o próprio árbitro, como acontece agora com o João Capela, que lá vai apitar o Benfica de novo. Estão a dar uma imagem errada dos árbitros. Por isso um sorteio só traz vantagens.
Pedro Henriques
Sorteio nem é boa nem é má, é péssima. Não faz sentido algum. Faz-se sempre essa analogia: um treinador tem quatro centrais para um jogo, vai sortear quem vai jogar? Não, vai escolher os centrais que são melhores para aquele jogo, em função das caraterísticas do adversário. É exatamente o mesmo na arbitragem.
Desvantagem é o condicionamento: quando se começa a condicionar, de repente, faltam árbitros para os jogos, fica muito limitado. A vantagem surge quando se fala em transparência. As pessoas acham sempre que há um sistema por detrás e, felizmente, não há. Mas esse é uma impressão externa, na prática não é o que se passa. O que temos é de entender que o erro é inevitável.
Fonte: Sapo Desporto