O Refereetip tomou a iniciativa de divulgar o conteúdo da palestra realizada pelo núcleo de árbitros de futebol da figueira da foz. Nesta palestra foi convidado para orador Dr. Nuno Castro (ver curriculum "aqui").
Nesta Palestra, Nuno Castro apresentou alguns conceitos e experiências assimiladas em cursos UEFA, dando uma visão geral de como o árbitro deve "comunicar" no jogo com todos os seus intervenientes, nas diversas ocasiões em que se depare no jogo.
Foi um tema interessante e bem recebido por todos os presentes.
TEMA:
COMUNICAR
Lembre-se que a comunicação começa em si, mas é processada na mente de outra pessoa.
Portanto, o que importa não é apenas o que você diz, mas o que a outra pessoa entende do que foi dito. Tecnicamente, você é um emissor que passa a sua ideia por símbolos (palavras, imagens e gestos) a outra pessoa. Esta, o receptor da mensagem, descodifica-a (lê ou ouve o que foi dito) e interpreta-a, chegando à sua compreensão. Tudo muito simples, na teoria. Na prática, porém, a situação pode complicar-se muito, a menos que esteja consciente desta regra.
Defina o objectivo da comunicação.
Pergunte-se qual o resultado que pretende atingir com a comunicação (gerir um conflito, receber uma instrução ou fazer passar uma ideia). Pode parecer estranho, mas grande parte das comunicações feitas são ambíguas, dando margem a muitas interpretações por parte de quem as recebe. É como preparar uma encomenda e não dizer para onde ela deve ser enviada.
Antes de comunicar, clarifique as suas próprias ideias.
Definido "o que" você quer, a próxima etapa é "como" transmiti-lo. Deve fazer a si próprio algumas perguntas. Está claro para mim o que pretendo comunicar? Como o farei? Quem são as pessoas envolvidas? Esta comunicação é mesmo necessária? Se eu não a fizer, quais serão as consequências? Nem sempre precisará de fazer todas estas perguntas, mas não se lance num diálogo importante sem que as respostas estejam bem claras na sua cabeça.
Seja objectivo, claro e conciso.
Nada é mais irritante e enfadonho do que o interlocutor perder-se em devaneios, ser impreciso e ambíguo quanto a detalhes ou então desviar-se constantemente do objectivo da conversa. O assunto não flui, enquanto o desconforto e a ansiedade crescem. Os segredos duma boa conversa são a objectividade (seja directo), a clareza (não misture assuntos) e seja conciso (não diga em 50 palavras o que se diz em 10).
Respeite os outros.
Já conversou com alguém que é constantemente interrompido por pessoas que entram na sala, por telefonemas, ou que pede licença para tratar dum assunto urgente? Gostou da experiência? Já tentou apurar se não faz o mesmo aos outros? Durante uma conversa, evite todo o tipo de interrupções que possam demonstrar falta de interesse da sua parte. Fuja dos termos técnicos e gírias que possam dificultar o entendimento. Sobretudo, não se irrite nem se mostre excitado se o interlocutor manifestar uma opinião diferente da sua. Tranquilidade, diálogo e boa vontade mútua dissolvem qualquer desentendimento.
Coloque-se no lugar da outra pessoa.
Utilize o universo linguístico familiar ao interlocutor e considere também o nível intelectual de quem está à sua frente. Ponha-se no lugar da outra pessoa e pergunte-se se o que você está a dizer faz algum sentido para ela. É tão importante compreender como ser compreendido.
Link para a noticia https://arbitragemsemfiltros.pt/2010/11/palestra-nuno-castro.html
Link para o blog do Núcleo de árbitros de futebol da figueira da foz - http://nafffoz.blogspot.com