Opinião: Profissionalização está bem próxima


Os contrários à regulamentação da atividade do árbitro de futebol  deveriam convidar Kheitt Hackett  para uma palestra. Ele, nos último sete anos, ocupa o cargo de diretor-geral da Profissional Game Match Officials Ltda, empresa gestora da arbitragem profissional da Liga Inglesa de Futebol, e poderia explicar o retumbante sucesso dos homens de preto nas suas competições.

Lembrei-me do nominado diretor e de uma matéria que li há pouco tempo no jornal The Guardian e do seminário realizado sob o título: “profissionalismo na arbitragem será possível?”. Na matéria, observei o senhor Kheitt Hackett expondo de maneira objetiva como foi possível alcançar sucesso ao longo dos últimos anos com a profissionalização dos árbitros na Premier League.

Num primeiro momento, disse Hackett, houve reações contrárias à profissionalização, em função da mentalidade daqueles que eram contrários a regulamentação. Mas, com o aparecimento da empresa de Kheitt Hackett, cada árbitro passou ter contrato de dois anos para apitar na Liga Inglesa de Futebol. Um detalhe importante: além do processo seletivo rigoroso para ser contratado, os árbitros que apresentam deficiências nos jogos são rebaixados de categoria e, dependendo das avaliações semanais realizadas por especialistas em arbitragem, o contrato pode não ser renovado ao seu final.

O processo teve início com 18 árbitros e 36 árbitros assistentes contratados ao custo de 8,25 milhões de euros anualmente. Na atualidade o número de árbitros e assistentes acentuou-se e os valores financeiros duplicaram. Estão incluídos neste montante as taxas de arbitragens, diárias, seminários, material de treinamento, uniforme e toda a infraestrutura necessária para que os árbitros tenham uma ótima performance nas tomadas de decisões no campo de jogo.

A profissionalização da arbitragem na Premier League propiciou maior tempo de bola em jogo, transformando as partidas num espetáculo de entretenimento com quer a Fifa, menor número de faltas e queda significativa nos cartões amarelos de 7,4 por jogo para 3,2. É óbvio que o modelo inglês é inviável em muitos países em função das peculiaridades de cada  um, porém, há que se criar um modelo próprio de acordo com a realidade das leis e  econômica  de cada nação, pois caso isso não ocorra a arbitragem em âmbito mundial continuará a passos de cágado e refém das federações, associações, confederações e sobretudo dos cartolas que utilizam de forma estratosférica o árbitro e seus assistentes para justificarem o fracasso de suas equipes quando perdem uma partida.

Valdir Bicudo-bicudoapito@hotmail.com
Em Português do Brasil