Foi
este, o tema supracitado, que serviu de mote à intervenção de Vítor
Pereira num colóquio universitário no início desta semana. O árbitro
enquanto agente desportivo como se pode definir? Legista? Justiceiro?
Demagogo? Pedagogo? Elemento de bom senso? Atleta? Líder? Muitos
são os predicados exigidos aos senhores do apito da arbitragem de top
nacional e internacional. Um grande árbitro, ou aquilo que se quer do
considerado modelo «árbitro do futuro», tem que ser naturalmente um
elemento com condições de bom nível a todos os níveis, passe a
redundância.
Quando
falamos em ética, e a interligamos com a imagem do árbitro, temos
contra a classe a imagem má do passado, das brincadeiras do senso comum,
da pouca confiança ou credibilidade que a arbitragem tem junto das
massas.
Ainda assim, o panorama tem melhorado nesse sentido.
Ao
nível distrital e naquilo que nos toca directamente, continua a
sentir-se a profundeza das competições com sentimentos do tempo da outra
senhora ainda a vingarem na actualidade. Qualquer árbitro jovem que
inicia vê-se confrontado com essa mesma desconfiança. Desconfia das suas
capacidades para a função no início, e se as ultrapassa vê-se
confrontado com a desconfiança das pessoas face ao seu papel. Adiante.
O
que será preservar a ética na competição quando ela por vezes nem
existe, difícil fomentar algo esquecido. É bom que haja essa
preocupação. O que é ser ético? É ser politicamente correcto. Ser
politicamente correcto será tentar agradar a todos? A luta do homem do
apito é decidir com justiça, por vezes não agradará a uma das partes em
confronto naturalmente. Mas pode ter um papel importante no bom
comportamento dos intervenientes sim, preservando a moral da competição.
Quais
são as expectativas das pessoas em relação ao árbitro, que imagem
esperam ter? O que as pessoas querem realmente é que os árbitros não
errem em seu prejuízo e essa é sem dúvida a melhor imagem que podem
guardar
Dinis Gorjão