Novo ano vida nova,
desejos de um ano de 2011 com melhorias no futebol a todos os níveis e em todos
os âmbitos, também a nível distrital se espera que haja uma melhor qualidade
nos jogos e consequentemente nas arbitragens, havendo aqui uma relação de reciprocidade
e ambivalência no progresso que surgirá de mãos dadas.
Façamos uma
retrospectiva daquilo que é hoje a realidade da arbitragem e daquilo que era há
10 anos atrás. Muita coisa mudou. Na base foram pouco a pouco aparecendo cada
vez mais teenagers a experimentar a função, desaparecendo um pouco a ideia do
árbitro quarentão e barrigudo. No topo habituámo-nos a ver juízes de gabarito
com formação académica, com novas ideias e postura assumida.
As exigências a nível
físico aumentaram e de que maneira! A velocidade e ritmo do jogo são maiores e
só com uma boa preparação se consegue estar apto a decidir sobre esforço de
grande intensidade. O antigo teste cooper caído em desuso prescreveu e foi
entretanto substituído por uns testes mais exigentes na base da velocidade.
Ainda assim com as
alterações já verificados poderemos estar a prepararmo-nos para mais mudanças
de fundo. O que poderá estar na cogitação da arbitragem é um período de rotura
com o passado. Em todos os patamares. A nível internacional nunca como agora se
falou tanto na introdução de novas tecnologias para minimizar os erros. A
tecnologia é uma espécie de jaula dos tempos modernos, um escape em jeito de
utopia para quem costuma criticar as imperfeições dos árbitros. Enquanto novos
sistemas são aperfeiçoados, alargaram-se as equipas com árbitros de baliza, uma
vez que os já habituais aparelhos de comunicação e bandeirolas com sinal bip
não eram 100% satisfatórios.
Em Portugal a tão
ansiada profissionalização da arbitragem está programada e será uma realidade a
breve trecho faltando apenas o cabimento jurídico, os grãos burocráticos tem
minado a engrenagem, como bem deu a entender Vítor Pereira “Acredito que
teremos árbitros profissionais dentro de menos de três anos. Porque ainda não
se avançou para este modelo? Porque, basicamente, ainda não está resolvido de
uma forma jurídica”. Acerca deste particular Blatter já avisou que no Mundial
2014 só estarão árbitros profissionais, e se queremos lá ter representantes já
sabemos que o tempo urge.
Os tempos mudam, o
futebol e a sua arbtiragem reorganizam-se, adaptam-se, na certeza porém que
aliado ao poder significativo e por vezes decisivo do árbitro está o erro
humano, um risco significativo dentro desta indústria mundial que arrasta fãs e
paixões por todo o lado.
Por Dinis Gorjão