Autor: Rui Alexandre Jesus Fonte: Record |
ADEPTOS DA ARBITRAGEM
Petit, jogador várias vezes internacional pela Seleção Nacional de futebol do nosso país, regressado a Portugal após alguns anos na Bundesliga alemã, afirmou que “nós, nos países do sul, somos traídos pelos nervos”. Apesar de nunca se terem ouvido tais palavras enquanto representou clubes portugueses (quer no norte, quer no sul do país), justifica agora a atitude no futebol em relação aos árbitros com “a cultura e mentalidade”. Gostava muito de um dia ter a oportunidade de saber se os leitores concordam, ou não, com ele.
De facto, não apenas no futebol, mas também noutras modalidades em Portugal, há como que um foco apontado ao árbitro pela mente dos espectadores, desde o apito inicial. Percebo o peso histórico. Quem vai ao estádios e pavilhões deste país, basta estar atento que não encontrará um desafio em que não se aponte culpas ao trio de arbitragem, caso o resultado seja desfavorável à equipa da casa.
Claro que haverá casos em que será mesmo assim. Se na maioria das vezes são injustamente acusados, é uma estatística que está por fazer.
Quem me tem lido, sabe que tenho pautado os meus textos por um tom apaziguador, até por ir em consciência de encontro ao que os protagonistas do futebol insistem todas as épocas em dizer, quando pedem pacificação para o decurso das competições. Mas também procuro apontar o que creio ter de melhorar, seja nos espectadores, seja na arbitragem, seja no dirigismo desportivo.
Atentem nas palavras do atual presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, Vítor Pereira, proferidas em entrevista há pouco mais de 90 dias: em resposta à pergunta “Os anticorpos que os árbitros criaram em 2011/2012, vão ressurgir na seguinte época?”, limitou-se a evidenciar que “vão ressurgir, porque são os mesmos árbitros a dirigir os mesmos jogos e os mesmos clubes. Ou as pessoas mudam de comportamento ou arriscam-se a sofrer muito porque não temos outros árbitros…”.
Mas quem é que ainda não percebeu isto? Meus caros, habituem-se…