A 24 de fevereiro de 2001, Cristiano Ronaldo fez o segundo golo da seleção portuguesa sub-15 frente à África do Sul no Torneio de Rio Maior numa partida que ficou na história por assinalar o primeiro jogo internacional de um dos maiores multimilionários do futebol.
Vinte anos depois, esse multimilionário está careca.
O CR7 careca? Claro que não: não falávamos do atacante português, que é multimilionário, sim senhor, mas sim do árbitro desse encontro, em estreia absoluta em jogos de seleções, o senhor Jonas Eriksson, sueco de nascimento, então com 26 anos.
Hoje Eriksson tem 46 e, pelo menos, sete milhões de euros no banco, fruto da venda de 15% da IEC in Sports, empresa detentora dos direitos de mais de 250 eventos desportivos da Suécia à Austrália, passando pelo Médio Oriente, que ajudou a fundar.
Antes e depois do negócio, Eriksson apitou jogos de futebol, nas divisões inferiores suecas primeiro, na divisão principal depois, e a seguir em provas da UEFA e da FIFA, incluindo europeus e mundiais. Antes e depois do negócio porque, como disse o árbitro, “o dinheiro não mudou nada”. “Com ele ou sem ele na minha vida o meu maior prazer é arbitrar jogos”.
Presidentes, treinadores e jogadores de futebol de topo costumam ser multimilionários – árbitros, como Eriksson, não.
Ele, entretanto, ao contrário de Cristiano, já se retirou, e hoje passa o tempo a treinar as equipas de futebol das duas filhas de 15 e 12 anos e a comandar a associação de árbitros de Sigtuna, a pitoresca cidade nos arredores de Estocolmo onde, 20 anos após aquele jogo em Rio Maior, mora meio incógnito, rico e feliz – mas quase sem cabelo.