Os dados referentes aos 36 encontros que constituíram a primeira fase do Europeu, apresentados pelo responsável da UEFA pela arbitragem, Roberto Rosetti, mostram que os árbitros assinalaram 806 faltas, o que se traduz em 22,4 faltas por jogo.
Essa média significa uma diminuição de quase três faltas em relação ao Euro2016, que Portugal venceu, em França (25,3 infrações por jogo), e uma descida de mais de 15 faltas em relação ao Euro2004, organizado por Portugal (teve 904 faltas, o que equivale a 37,7 por jogo). O dirigente mostrou-se agradado com os números, apesar da UEFA não ter “pedido expressamente aos árbitros para marcarem menos faltas“.
“Queremos uma deteção correta de faltas. A parte essencial da arbitragem é detetar as faltas e aplicar as sanções disciplinares corretas. Não pedimos isto aos árbitros, mas estamos contentes por ver menos faltas“, disse aos jornalistas, numa videoconferência a partir de Istambul, cidade turca onde estão sediados os árbitros do Euro2020.
Essa variação tem contribuído para mais tempo útil de jogo — aumento dos 56.30 minutos, em 2016, para os 58.51 minutos na prova em curso — e para a redução do número de cartões amarelos exibidos por jogo.
Depois da cartolina ter sido atribuída, em média, 3,6 vezes por jogo no Europeu de França (129, no total), no presente torneio foi até agora mostrada 2,7 vezes por desafio (98, no total), algo que Roberto Rosetti justificou com uma “melhor atitude dos jogadores”.
O Euro2020 teve até agora dois cartões vermelhos — Krychowiak, no Polónia — Eslováquia (1-2), e Ampadu, no Itália – País de Gales (1-0) -, o mesmo número da fase de grupos do Euro2016, mas menos do que no Euro2004 (seis vermelhos), mas mais penáltis do que nos quatro europeus anteriores.
Depois de, em 2016, terem sido assinaladas sete grande penalidades na fase de grupos (0,19 por jogo), nesta competição já foram marcadas 14 (0,38 por jogo), algo que Roberto Rosetti justificou com a implementação do videoárbitro (VAR).
É um dos pontos-chave. Em 2016, estávamos a começar a pensar no projeto de videoárbitro. Temos mais deteção de faltas na área, mais intervenções do videoárbitro e 14 penáltis neste Europeu”, disse.
O responsável da UEFA mostrou depois infrações como pisão, mão na bola e fora de jogo para explicar a intervenção do VAR nesses lances e deu o exemplo da mão de Koundé no cruzamento de Ronaldo, no Portugal – França (2-2), para indicar um penálti bem assinalado, após aconselhamento do VAR, devido a um movimento “não natural” do braço.
A entidade que organiza o Euro2020 mostrou ainda que, entre 179 lances analisados pelo VAR, houve até agora 12 correções — seis de fora de jogo, três de mão na bola, duas relativas a faltas e uma outra relacionada com a ação do cotovelo sobre um adversário.
Roberto Rosetti disse ainda que o VAR tem feito uma correção a cada três jogos e que já analisou 21 situações de difícil análise quanto ao fora de jogo, tendo corrigido a decisão inicial em seis casos, com 100% de precisão. “O Europeu está a mostrar que o fora de jogo não é mais um problema”, vincou. O dirigente reconheceu, contudo, que ainda é preciso depurar a forma do videoárbitro intervir, para que o futebol continue a ser jogado da forma que os espetadores sempre reconheceram.