Com os estádios despidos de público toda e qualquer manifestação dentro de campo mas também fora dele acaba por ser percetível para quem está, em casa, a acompanhar a partida.
A forma como os elementos dos bancos de suplentes e dos bancos de apoio se vão manifestando durante os jogos do campeonato tem dado que falar nas conferências de imprensa e já há quem peça uma reflexão para que esta situação possa terminar.
Carlos Xistra, antigo árbitro internacional, pede medidas urgentes para que o árbitro de campo não seja obrigado a, frequentemente, parar a partida para sancionar elementos dos bancos.
“O futebol português deve refletir a questão dos bancos de suplentes e suplementares”, aconselhou Xistra, dizendo que a criação dos bancos suplementares de apoio surgiu de acordo com aquilo que se foi verificando a nível dos jogos internacionais, porém, o ex-árbitro nota uma diferença de comportamento em jogos da UEFA.
“Os comportamentos não são como nesses jogos internacionais”, lamentou Carlos Xistra, que se aposentou da arbitragem nesta temporada mas continua a acompanhar de perto o campeonato.
Xistra realça que, muitas vezes, os elementos que estão nesses bancos “não dão um contributo positivo ao jogo”. “Antes pelo contrário, são mais quatro ou cinco elementos que estão só para protestar” e “depois são advertidos ou expulsos”.
Carlos Xistra referiu ainda que, atualmente, os bancos têm tido comportamentos para os quais nem encontra explicação. “Nem tenho palavras”, confessou Xistra, insistindo na necessidade de existir uma reflexão sobre este tema.
Além disso, Xistra deixa claro que ninguém pode apontar o dedo a ninguém e todos têm ‘telhados de vidro’. “São todos sem exceção. A cada falta ou cartão, os elementos do banco saltam, parecendo que aquilo [banco] tem molas.”
Relativamente ao facto de, em breve, árbitros internacionais apitarem jogos do campeonato, Carlos Xistra diz que vê com ‘bons olhos’ esta iniciativa numa lógica de partilha de experiências e conhecimento.
“O mundo gira na globalidade. Na UEFA já temos equipas de arbitragem mistas. Veja isto com naturalidade e benefício”, reagiu Carlos Xistra, em declarações na A Bola TV, referindo ainda que não raras vezes se elogiam as arbitragens internacionais.
“O provérbio diz que a galinha da vizinha é melhor que a minha. Espero que seja o mote para que o futebol tenha menos ruído”, apelou o antigo árbitro, atualmente com 47 anos.