FPF – Travão nas eleições



A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) vai apresentar hoje, no Tribunal Administrativo, uma providência cautelar para impedir a realização de eleições na Federação Portuguesa de Futebol (FPF), agendadas para o próximo dia 5 de Fevereiro, sem que estejam aprovados os novos estatutos já adequados ao novo Regime Jurídico das Federações Desportivas (RJFD). Tudo indica, a partir de agora e face aos argumentos jurídicos que vão ser esgrimidos no documento, que as eleições venham a ser adiadas, num processo que promete fazer correr muita tinta e alguma agitação.

Esta posição determinada da LPFP surge na sequência da recusa do presidente da Assembleia Geral (AG) da FPF, Avelino Ribeiro, em adiar o acto eleitoral para depois de ser convocada uma reunião extraordinária tendo em vista a aprovação dos estatutos, num braço-de-ferro liderado por várias associações (Porto e Algarve, entre outras).
Fernando Gomes, presidente da LPFP, na última assembleia federativa, recorde-se, fizera um apelo aos sócios da FPF (associações de futebol, de jogadores, de árbitros, etc.) para a resolução do problema, sugerindo a referida reunião extraordinária antes de eleições, mas em vão. Na mesma ocasião, alertara para os prejuízos financeiros decorrentes de a FPF ainda não ter os seus estatutos de acordo com o novo RJFD.
Hoje, quando o documento der entrada no Tribunal, a LPFP terá ao seu lado, em termos de apoio na tentativa de abrir caminho à retirada da FPF da ilegalidade face à lei, outros sócios como o Sindicato dos Jogadores, a Associação de Treinadores, a Associação Portuguesa de Árbitros e ainda as Associações de Futebol de Aveiro e de Lisboa, que se demarcaram das restantes.
Desde meados deste ano que a FPF, por não ter os novos estatutos ainda aprovados - no novo regime as associações de futebol perdem uma boa parte do poder que sempre tiveram na AG, daí a sua resistência aos estatutos ditados pela lei - viu suspensa parcialmente, por parte do Governo, o estatuto de Utilidade Pública, com reflexos no corte de dinheiros estatais para o futebol associativo.
Mais recentemente, as notícias de que a FIFA estaria a exercer pressões junto da FPF para a aprovação dos estatutos, de modo a entrar na legalidade, vieram criar alguma clima de instabilidade, mas nem assim o assunto conheceu novos desenvolvimentos rumo à tentativa de solucionar o problema.
Ontem, a Associação de Futebol de Aveiro (AFA) também se colocou ao lado da sua congénere de Lisboa e tornou pública a sua posição, ao defender que as eleições deveriam ser suspensas até à adopção dos novos estatutos.
"Deveriam ser esgotados todos os recursos na tentativa de elaborar e aprovar os novos estatutos, debaixo dos quais se realizaria o (futuro) acto eleitoral", refere a AFA em comunicado.

Fonte: O Jogo