A Federação Internacional de Futebol (FIFA) não tem pressa em implementar a tecnologia de linha de golo, disse hoje um vice-presidente do organismo, um dia antes da reunião do International Board.
O presidente da FIFA, Joseph Blatter, tinha dito que esperava ter a ajuda da tecnologia no Mundial de 2014, no Brasil, mas o vice-presidente Ali Bin Al-Hussein referiu também que o caminho para o progresso era demasiado rápido.
No sábado realiza-se a reunião do International Board, o organismo responsável pelas regras do jogo, e em análise estarão os resultados de testes em oito sistemas, antes de serem aprovados novos testes até uma decisão final em julho.
«Os árbitros são parte do jogo e ficaria um pouco deprimido se todos os dias saísse algo em como eles não são capazes de fazer o seu trabalho», disse Al-Bin Al-Hussein.
Para o dirigente «não existe pressa» e o «futebol pode sobreviver» [sem a tecnologia da linha de golo], embora o assunto deva ser um «processo» e uma «evolução».
«Tem que ser acolhido por todas as confederações e especialistas de campo em todas as confederações, incluindo árbitros, equipas, treinadores e jogadores, e todas as suas opiniões serão tidas em conta antes de uma decisão final», acrescentou.
Para o dirigente, da nacionalidade jordana e que se juntou ao Comité Executivo da FIFA em junho, existe o risco «de criar desigualdades, dando, a um certo nível, uma certa vantagem ao jogo e em relação a outros».
Al-Bin deu o exemplo de que em alguns países, como a Jordânia, os clubes teriam dificuldade em aplicar a tecnologia e que eles, ou a seleção nacional, encontrariam rivais que avançaram para as mesmas competições, com o benefício tecnológico.
O dirigente disse ainda concordar com o presidente da UEFA, Michel Platini, que prefere a utilização de auxiliares de linha, o que tem sido aplicado nas provas europeias de clubes e que será utilizado também no Euro2012.
Apesar de não ser um dos quatro delegados da FIFA com voto na reunião do International Board, Ali-Bin fará uma apresentação ao organismo, mas no que diz respeito à anulação da proibição das jogadores islâmicas usarem “hijabs” (lenços na cabeça), defendendo que se trata de uma identidade cultural.
Para haver alterações às regras instituídas pelo International Board são necessários, no mínimo, seis de oito votos.
Fonte: Sapo Desporto