Numa opinião geral sobre os temas da arbitragem do torneio, Collina disse que o diálogo que precedeu o torneio entre os membros do Comité de Árbitros da Uefa e os jogadores e treinadores de cada selecção teve um papel importante no reduzido número de casos verificados nos jogos.
"Houve um longo período de preparação para as equipes de arbitragem em vários aspectos, que as ajudou a conseguir as melhores exibições possíveis em campo", afirmou o ex-árbitro italiano, que apitou alguns dos jogos mais importantes a nível mundial durante a sua notável carreira. "Ao longo dos últimos dois anos, o feedback que temos recebido sobre o trabalho dos árbitros tem sido muito bom. O sentimento geral do mundo do futebol tem sido bastante positivo e estamos muito satisfeitos com isso".
"Os 12 árbitros escolhidos para esta europeu estão, sem dúvida, entre os melhores da Europa", acrescentou Collina. "Depois dos primeiros 24 jogos, estamos satisfeitos com as exibições. Procuramos a consistência, algo que é sempre importante conseguir quando se está a interpretar as Leis do Jogo em campo - e, em particular, a tomar decisões relacionadas com foras-de-jogo e faltas. É preciso ser consistente e penso que temos sido nesta competição".
Antes do torneio, membros do Comité de Árbitros da Uefa reuniram-se com jogadores e treinadores nos estágios das selecções para discutir as instruções dadas aos árbitros seleccionados para a competição. "Sentimos a necessidade de fazer com que as decisões dos árbitros sejam compreendidas pelos jogadores e treinadores, explicou Collina. "O feedback é muito positivo. O comportamento dos jogadores em campo tem sido elogiável, a nível de cooperação com os árbitros e de aceitação das decisões. Definitivamente, tem havido menos casos. Não tivemos cartões vermelhos por conduta violenta. Quero aproveitar esta oportunidade para em público, agradecer a todos os jogadores que participaram dos primeiros 24 jogos".
Collina disse que a preparação dos árbitros assistentes também progrediu nos tempos mais recentes. "No futebol moderno, o fora-de-jogo tornou-se muito importante. Decidimos dedicar mais atenção aos árbitros assistentes. Um staff de antigos árbitros assistentes trabalhou com os seleccionados antes da competição e temos aqui antigos árbitros assistentes a trabalhar como instrutores.
Quando um árbitro assistente toma uma decisão, pode levantar a bandeira ou deixá-la em baixo. Consideramos todas as decisões tomadas pelos árbitros assistentes envolvendo uma distância de um metro a partir da linha de fora-de-jogo, com o assistente a levantar a bandeira ou a deixá-la em baixo. Tivemos 302 decisões dessas nos 24 jogos, com 289 corretas e 13 erradas. Isto representa 95,7% de acerto, e isso é um grande resultado.
Mais importante ainda, 19 golos foram marcados numa decisão muito positiva tomada pelo árbitro assistente, ao deixar a bandeira em baixo. Estamos muito satisfeito com as exibições dos árbitros assistentes.
Os 31 jogos na Polónia e Ucrânia estão sendo dirigidos por um árbitro, dois árbitros assistentes e um quarto árbitro, auxiliados por dois árbitros assistentes adicionais, bem como um árbitro assistente suplente. Os árbitros assistentes adicionais estão posicionados junto à linha de golo, no contexto de uma experiência em curso, autorizada pelo International Board, centrando atenções em particular nos jogadores dentro das áreas.
Numa avaliação geral, os assistentes adicionais contribuíram 16 vezes nos 24 jogos para decisões tomadas pelos árbitros, referiu Collina. Entre estas, houve três situações de golos validados ou não. Duas dessas decisões foram absolutamente corretas e a terceira foi, infelizmente, errada. Foi um erro humano cometido por um ser humano. Foi o único problema que tivemos nesta experiência, num número alargado de jogos da Uefa Champions League, Uefa Europa League e no Campeonato da Europa 12. Temos dado o nosso melhor para que esta experiência funcione, e estamos a treinar muito os árbitros assistentes adicionais, preparando-os para estas situações que podem acontecer".
Fonte: Apitodo Bicudo