Cartão azul,
substituições ilimitadas e revisão de lances em vídeo foram utilizados pela
arbitragem.
Na noite da última
quinta-feira (09/12) aconteceu a Copa Inovação, no estádio Anacleto Campanella
em São Caetano do Sul, um jogo amistoso entre um selecionado de jogadores de
São Paulo contra o Rio de Janeiro, promovido pelo sindicatos dos
jogadores e transmitido pelo canal esportivo SporTV.
O árbitro paulista
Sálvio Spínola Fagundes Filho foi convidado para testar as proposições de
mudança na regra, juntamente com os assistentes Ednilson Corona (SP) e Roberto
Braatz (SC) e o quarto árbitro Rodrigo Braghetto (SP). O ex-árbitro FIFA e da
FPF, Valter José dos Reis, atulamente secretário da escola de árbitros de São
Paulo, foi o assistente de video.
Dentre as proposições
testadas, estavam o uso de video para dirimir dúvidas com relação a lances
duvidosos, substituições ilimitadas, pedido de tempo técnico e a aplicação do
cartão azul.
O uso do video, ao que
parece, é uma adaptação da ideia apresentada pelo ex-árbitro FIFA, o baiano
Manoel Serapião Filho.
Os técnicos de cada
equipe tinham direito a dois pedidos de revisão de lance no video, um em cada
tempo do jogo. O técnico do time paulista, Vágner Mancini, pediu a revisão em
um gol do time carioca. Um colegiado formado pelo árbitros, o auxiliar de video
e os capitães das equipes, Elano (SP) e Carlos Alberto (RJ) reviu a jogada no
monitor e decidiram, por 6 votos a 1, que o gol foi legal. Rodrigo Braghetto
foi o único a discordar no lance.
No segundo, o técnico
Zico, que comandou o time do Rio de Janeiro, pediu a revisão do lance. Uma
falta cometida sobre o atacante Neymar na entrada da área gerou dúvida. O
colegiado conferiu o vídeo e, por unanimidade, concordou com a marcação do
árbitro. Na cobrança, Baiano fez um belo gol.
Os jogadores se
mostraram um pouco reticentes com relação à paralização durante a partida, que
chegou a demorar, em média, 5 minutos. Nenhuma decisão de arbitragem chegou a
ser alterada depois da consulta ao monitor de video.
Os técnicos usaram e
abusaram das substituições ilimitadas durante a partida. Esta mudança pode se
refletir em mudanças táticas dentro de uma partida. Nenhuma conclusão ainda foi
feita a respeito deste experimento. O tempo técnico acabou não sendo usado.
O cartão azul, usado
com uma punição mais branda que o cartão vermelho, serve para punir o jogador
infrator com uma espera de 10 minutos no banco de reservas e foi aplicado quase
no fim do segundo tempo, quando o zagueiro Antônio Carlos reclamou de
penalidade assinalada em favor dos paulistas. O jogador voltou bem no fim da
partida, já nos acréscimos.
O árbitro Sálvio, que
serviu de cobaia desta grande iniciativa, se mostrou muito otimista com as
experiências e com a adoação delas no futuro. O juiz ainda ressaltou que isso
não deve acontecer tão cedo, pois depende de estudos e conclusões e a aprovação
final da FIFA e do International Board (IFAB).
Veja o video com a
opinião do árbitro Sálvio
Outra curiosidade foi
a câmera instalada junto ao corpo de Sálvio. A SporTV estava gravando o video
para fazer uma matéria sobre o ponto de vista do árbitro durante uma partida de
futebol, que será exibida futuramente.
Podem ainda ler "A Experiência da Tecnologia do Futebol aos Árbitros na Copa Inovação", artigo sobre esta experiência desenvolvida no Brasil.
Fonte: Refnews
Artigo escrito em Português do Brasil