Ainda o Benfica vs Boavista, parte 3!

Conselho de Arbitragem promoveu sessão de esclarecimento com exemplos práticos de lances que ocorreram nas recentes jornadas da Liga


Aquele lance era fora de jogo!

Quantas e quantas vezes são proferidas estas palavras no decorrer de um jogo de futebol nos dias que correm…

Com polémica ou nem tanta assim, o trabalho dos árbitros é sempre alvo de escrutínio por parte dos adeptos, mas falta quase sempre o outro lado da história.

O Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol promoveu esta sexta-feira uma sessão de esclarecimento focada na questão do fora de jogo ao abrigo das leis do International Board.

Durante um par de horas, o presidente José Fontela Gomes, ‘auxiliado’ por João Ferreira e também Bertino Miranda, enumeraram alguns lances recentes dos quais resultaram dúvidas, e esclareceram os motivos pelos quais deviam ou não ter sido validados.

Este é um artigo sobre arbitragem, mas do ponto de vista técnico e com leis que o sustentam, não visa alimentar qualquer tipo de polémica em torno do assunto, nem serve de defesa ou crítica à classe.

Um árbitro é parte integrante do jogo, tal como o jogador e o treinador, pelo que os erros podem acontecer.

Vamos então falar de futebol.

Schembri deu um ponto ao Boavista e um exemplo para os livros

Um dos lances em análise foi o terceiro golo do Boavista na Luz (14 de janeiro), pelas dúvidas que levantou mas sobretudo por se revelar um bom exemplo do que as novas leis de jogo demonstram.

Ora, a lei do fora de jogo diz-nos que «estando um jogador na posição de fora de jogo, se tentar jogar a bola que está junto a si e essa ação causar impacto na ação dos adversários, então esse mesmo jogador deve ser punido por fora de jogo»
Dentro deste prisma há, contudo, três perguntas que têm de ser respondidas numa curta fração de segundos:
  1. A ação teve impacto nos defesas?
  2. A ação teve impacto no guarda-redes?
  3. A ação perturbou a visão do guarda-redes?
Schembri está de facto em posição irregular, mas isso até podia não ser suficiente para punição. Acontece que o avançado do Boavista teve interferência na jogada, porque mesmo que não tenha tocado na bola, teve a intensão de jogá-la.

A isto soma-se ainda a resposta à ‘pergunta 2’, visto que Ederson travou o movimento à espera do que poderia sair daquele toque do avançado boavisteiro.
Conclusão: o lance deveria ter sido invalidado por fora de jogo, ao abrigo daquilo que são as novas leis.

Fonte: MaisFutebol